Em 2010, numa loja de roupas nos Estados Unidos, um brasileiro se encantou com uma camisa florida e, extasiado, disse para a vendedora: “see me that shirt, please?”.
Acontece que o nosso “me vê aquela camisa, por favor?” não faz sentido nenhum em inglês. O nosso “ver” no sentido de “pegar” não funciona lá. “See” é só enxergar mesmo.
Parece piada, mas o fato é um dos muitos erros comuns que nós, brasileiros, cometemos ao falar o inglês.
Pensando em nossos vícios de linguagem, fizemos uma lista com algumas das falhas mais frequentes. Aprenda a evitá-las abaixo.
“Pull the car” e outras estranhíssimas traduções literais
Em geral, as expressões que usamos aqui não têm correspondência direta em inglês — nem em outro idioma.
Mesmo assim, costumamos traduzir gírias e locuções ao pé da letra. “Pulling the car” ou “puxando o carro”, para dizer que está indo embora, é um dentre muitos exemplos que deixam os gringos com interrogações sobre as cabeças. Nesse caso, o certo seria “I’m leaving”, ou, se quiser usar a gíria, “I’m Outta Here”.
Lembra da famosa entrevista do técnico Joel Santana em inglês? “Play very good” (errado!) em vez de “play very well” (certo!) é uma das pisadas na bola comuns para nós, brasileiros:
Em geral, as expressões que usamos aqui não têm correspondência direta em inglês — nem em outro idioma.
Problemas com o “did”
Professores estrangeiros notam que os brasileiros estão entre os que mais erram a formulação de perguntas no passado.
Ao usar o verbo auxiliar “did”, muitos falantes do Brasil costumam passar o verbo seguinte para o pretérito.
Resultado? Saem frases como “Did you saw that girl?”. Está errado. Lembre-se: usou “did”, mantenha o verbo no presente. O certo, então: “Did you see that girl?”.
Your, her, his
No português, “seu” pode ser usado tanto na segunda pessoa quanto na terceira. Podemos dizer: “Você vai passear com o seu cachorro” ou “Ela vai passear com seu cachorro”.
No inglês, cada pessoa tem seu pronome possessivo. Mas o hábito faz com que muitos brasileiros usem “your”em vez de “his”, “her” ou “its”.
Um exemplo: “ela passeia com seu cachorro” vira “she walks your dog”, quando o certo seria “she walks her dog”.
O “sensible” de modo insensato
Os falsos cognatos – palavras que se parecem em inglês e português, mas têm significados diferentes em cada língua – são outra armadilha para nós.
Um erro comum é traduzirmos “sensible” para “sensível”. Uma pessoa sensível é, na verdade, em inglês,“sensitive”. “Sensible” significa “sensato”.
“Actually” não é atualmente; “brave” não é bravo
“Actually” teria tudo para significar “atualmente”, mas não é. Em inglês, significa “na verdade”. Para dizer atualmente em inglês, use “currently” ou “nowadays”. Não tem erro.
O mesmo acontece com “brave”, que não corresponde, em inglês, a “bravo”, e sim, a “corajoso”. Se quiser dizer que alguém está irritado, prefira “mad” ou “angry”.
“I’m having an affair”
Para muitos de nós, a expressão “affair” diz respeito a um relacionamento casual — “um lance”, diriam os mais jovens. Aos gringos, não: é o nome que dão para relações extra-conjugais. Evite, portanto, dizer que está tendo um affair (ainda que esteja mesmo…). Para dizer que está tendo um lance com alguém use: “we’re having a thing”.